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03/12/2025 14:20

Sem freios na Final, Guilherme Moleiro acelerou em um momento em que muitos parariam

Piloto paranaense mostrou coragem e confirmou status de promessa do automobilismo brasileiro

Fonte: Publicado por Erno Drehmer


Foto: Cristiano Rodrigues

Guilherme Moleiro


A segunda fase do 60º Campeonato Brasileiro, disputada na última semana no kartódromo Beto Carrero, foi palco de uma das jornadas mais intensas da carreira de Guilherme Moleiro, piloto de 14 anos.

Estreando na categoria F4 Júnior, a mais numerosa do grupo 2, o paranaense de Rolândia encarou um desafio inédito: pilotar um kart de motor 4 tempos pela primeira vez. E a resposta que deu foi de quem nasceu para competir.

Na tomada de tempos, Moleiro marcou o 16º tempo entre os 69 competidores, um início sólido em meio ao grid abarrotado de talentos. Com o grande número de inscritos, as classificatórias foram divididas em grupos, e o jovem piloto mostrou constância e evolução: 11º lugar na primeira bateria, 3º lugar na segunda, e 7º na terceira, garantindo sua vaga entre os melhores, classificado na 11ª para posição para a sequência do campeonato.

Na Super Classificatória, Guilherme confirmou seu ritmo competitivo e cruzou a linha de chegada em 8º, abrindo caminho para uma final onde largaria da quarta fila, disposto a lutar por um lugar no pódio, seu grande objetivo da semana. E a final começou do jeito que os campeões gostam: ataque, ousadia e sangue-frio. Moleiro rapidamente se colocou na briga pelo terceiro lugar, administrando ultrapassagens e mantendo ritmo fortíssimo. Mas, o inesperado aconteceu: o freio começou a baixar.

Corasjoso, Guilherme Moleiro decidiu seguir. Passou a segurar o kart no braço, guiando no limite e determinado a enfrentar o desafio de cruzar a linha de chegada. Faltando duas voltas, o freio falhou de vez. Sem controle total do kart, escapou de pista e, impossibilitado de retornar, viu seu sonho de terminar a prova ser interrompido.

“Queria apenas cruzar a linha de chegada. Levei até onde deu”, disse o piloto, que deixou a pista com a cabeça erguida ciente da batalha que travou. Para Alex Grigoletto, coach do piloto na F4 Júnior, o desempenho fala por si. “Moleiro foi muito guerreiro. Esse espírito mostra por que ele é uma aposta forte da nova geração”, disse.

Encerrada a sua participação no Brasileiro, Guilherme se prepara para dois compromissos decisivos na reta final da temporada. De 9 a 13 de dezembro, disputa a final da Copa São Paulo Light, no Kartódromo de Interlagos, onde é o vice-líder da OK Júnior, a quatro pontos do líder. E, na semana seguinte, nos dias 20 e 21 de dezembro, troca o kart pelo monoposto para a final da Fórmula Delta, no Autódromo José Carlos Pace.

Eni Alves    

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