Quando se fala em identidade dos pilotos nas pistas, sempre vem à cabeça a pintura de seus capacetes. Correto? No kart, além dos capacetes, os pilotos são identificados por seus números, que servem, muitas vezes, de amuleto da sorte para o resto de suas vidas.
Sempre que podem, mesmo nas principais categorias do automobilismo mundial, os pilotos utilizam os números que carregavam no kart. No kart, o mito Ayrton Senna utilizava o número 42, já Felipe Massa, sempre que pode, utiliza o número 19 nas competições. Mas, alguem sabe o motivo da escolha de cada número? Para responder essa pergunta, o Portal Kart Motor/Vroom South America entrevistou pilotos da nova e velha geração do kartismo.
Confira e conte também sua história no espaço dos comentários. Diga o que motivou a escolha do seu número. Participe!
Alessandro Xavier (5) – Simpatia com o número e alguns motivos bem particulares, como estudos cabalísticos e coincidências. Acho que todo piloto tem algumas manias e crenças e para mim o 5 é uma delas.
André Nicastro (28) – Comecei a correr com o 27, por causa da Ferrari e do Gilles Villeneuve. Ele morreu quando eu tinha apenas um ano de idade, mas vi muita coisa dele em vídeo depois. Mas em uma corrida que fui disputar alguém já estava usando o 27 e escolhi o 28, que também era da Ferrari na época. Ganhei a corrida e fiquei com o número até hoje.
André Pedralli (2) – Foi um número que desde criancinha sempre gostei. Na pré-escola, quando eu tinha uns quatro anos, eu lembro que preferia ser o número 2 na fila ao invés do 1. Chegava em casa queria ser o segundo a tomar banho. E quando comecei no kart meu pai queria o 5 porque ele gosta do número. Mas eu não deixei, falei que queria o 2.
Danilo Dirani (28) – Quando eu comecei eu usava o 4 porque meu pai corria arrancada com este número. Quando eu corria na fazenda do Ayrton Senna já era com o 4. Depois, quando passei a correr na Júnior Menor o Júlio Campos usava o 4 e passei a usar o 14. Aí fui para a Júnior e tinha o Carrapatoso com o 14. Resolvi “dobrar” o número e passei a usar o 28, também um pouco inspirado no André Nicastro, que já era Graduado e usava esse número. Ganhei muitos e muitos títulos com o número 28, que marcou tanto que em tudo tem o 28 na minha vida fora das pistas. Na Shifter ficou tão marcante que até o Nicastro troca seu número e não usa o 28. Quando cheguei na Truck o Fabiano Brito usava o 28, então mais uma vez dobrei e só lá usei o 56. Hoje uso o 70 por causa da equipe.
Dennis Dirani (128) – Comecei a correr com o 14 e mais tarde, quando eu corria pela Mini, passei a usar o 28. Isso foi até 2006, depois quando eu fui para a Birel optei pelo 128, já que eu estava mudando de “casa”. Meu irmão Danilo e o André Nicastro também usavam este número 28 e achei importante respeitar isto.
Fabio Raupp (96) – Quando comecei a correr, ainda na cadete, eu usava outro número. Em uma corrida que eu fui, já tinha outro piloto usando esse número. Naquela época, eu era da mesma equipe da Bruna Tomaselli, que usava o 97 por causa do ano do nascimento dela. Resolvemos ´embarcar´ na mesma ideia e passamos a usar o 96. O número me acompanha em tudo e virou minha identidade.
Felipe Donato (54) – Até pouco tempo usava o 66. No começo, no kart, eu usava o 54, mas tive que mudar depois de uma competição que já tinha um piloto usando 54. Nesse ano estreei na Fórmula Futuro e lá eu estou usando o 9, que é 5+4. No kart, vou voltar a usar o 54 nesse ano.
Felipe Fraga (80) – Meu avô por parte de mãe queria um número e o outro avô falou outro. Juntando, dava 08, mas a gente achou que ficava chato. Então, trocamos a ordem e virou 80. Meu avô falecido que quis. Uso desde o meu começo no kart e carrego ele onde eu posso, no twitter, no facebook e nas corridas. Eu gosto muito do 80, já conquistei muitos títulos com ele. O número, hoje em dia, é identidade.
Fernando Pastro (37) - é a soma de 10. Meu número é 10, mas como tem vários pilotos andando com este número busquei outro. Na época o Felipe Johannpeter andava na mesma categoria e usava o 73. Inverti o número para somar 10 e desde lá uso o 37.
Nelsinho Piquet (33) – Comecei a correr com o número 3. Em alguma corrida, que não lembro mais, alguém usou o 3 e a partir dali passei a usar o 33. E não larguei mais.
Pedro Piquet (12) - Escolheu o 12 sozinho. Motivo: gosta do número!
Rafael Suzuki (10 e 18) – Quando eu comecei a correr eu usava o 10. Eu sempre gostei, era a nota que eu tirava na escola. Naquela época, porque depois, rsrsrssr. Mais tarde, quando eu subi para a Graduados, o Jimenez e o João Gonçalves já usavam o 10. Acabei escolhendo o 18 por influência do Sabiá, meu chefe de equipe, que disse que o 18 tinha trazido muitas vitórias para ele. Mas no kart na Europa ou na Fórmula 3 já não tem como escolher número.
Rodrigo Piquet (33) – Quando comecei a treinar usava equipamentos reservas do Nelsinho, ou seja, comecei a treinar com o 33. Quando fui realmente começa a treinar, fiquei curioso e fiz um estudo sobre o 33, e foi depois disto que decidi realmente que era o melhor número para se correr. O 33 tem vários significados:
1. A idade de Jesus.
2. A idade de Alexandre o Grande.
3. O mais elevado de todos os números Mestres, segundo a tradição da numerologia.
4. Simboliza a verdade divina.
5. José supostamente tinha 33 anos ao se casar com a Virgem Maria.
6. Jesus operou 33 milagres.
7. O nome Jesus foi mencionado 33 vezes no Gênesis.
8. Na religião islâmica, todos os habitantes do paraíso têm eternamente 33 anos.
9. A base da coluna, ou sacro, significa literalmente “osso sagrado”, a coluna vertebral é composta exatamente por 33 vértebras.
10. A fênix de duas cabeças com o número 33 é o emblema do mais alto grau maçônico.
Somando os títulos nacionais meus e do Nelsinho chegamos ao total de 7, ou seja, ainda faltam 26 títulos para completarmos 33 títulos, rsrsrsrs. Resumindo, 33 é o número que mais traduz o equilíbrio no mundo, ou seja, tudo a ver com automobilismo, a procura eterna do equilíbrio perfeito.
Ruben Carrapatoso (14) – Me identifico, não tem uma explicação, sempre gostei. Não me vejo com outro numero, ando desde 1994. Gostei dele e uso desde sempre.
Samuel Mittag (54) – Era o numero com que meu pai (César Mittag) corria, daí acabei “herdando” ele. E meu pai usava em razão da data de nascimento dele: 4/5/1954
Sergio Jimenez (10) – Sempre usei o 10. Quando sai do kart e fui para o fórmula e depois retornei para o kart, o 10 já estava sendo usado. Então passei a usar 110. O porquê do 10? Quando comecei eu era criança e uma coisa boa na escola era quando tirava 10. Então, o que é 10 era bom, se destacava. Aí resolvi colocar esse numero, além de ser de fácil memorização.
Victor Franzoni (23) – Quem conta a história é seu pai, Fábio, já que Victor era muito pequeno: "Quando eu fiz um kart para ele (um ZF Júnior adaptado), ele quis colocar as placas, como se fosse no DETRAN. Daí, ele marcou um 2 na frente e um 3 atrás, com canetinha. Nessa época ele tinha 4 anos. Daí, quando ele foi correr pela primeira vez, não tivemos dúvidas, 2 e 3, virou 23. Agora, me perguntar o porque do número, não tenho ideia. Nem o Victor sabe. Até achei curioso, pois na época eu usava o 95 no meu kart".
Vinícius Perdigão (45) – Fui correr o meu primeiro Campeonato Brasileiro de Kart em 2008. Chegando lá, o número que eu usava já estava sendo utilizado por outro piloto. Na época, o Silvano Cardoso Junior era meu preparador. Ele tinha sido campeão brasileiro de kart com o número 45. Então, ele me convenceu a usar o mesmo número para dar sorte. Na primeira corrida eu até ganhei, mas depois eu acabei errando. Eu era novato. Mas nunca mais tirei o número e foi com ele que conquistei todos os meus títulos até hoje.