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08/09/2011 10:26

ESPECIAL - Ar x água: existe diferença na pilotagem com estes dois tipos de motor?

Fonte: Kart Motor | Vroom South America - Erno Drehmer e José Barone


Parilla MY e Raptor, da PPK, são dois dos motores refrigerados à agua no Brasil


Com muitos anos de atraso, o kartismo brasileiro trocou os motores refrigerados a ar pelos propulsores refrigerados a água. A troca ocorreu de forma oficial no ano de 2010, quando todas as categorias que utilizavam motores 125cc - menos a Sênior B - passaram a utilizar os novos equipamentos em competições. Rapidamente os novos motores passaram a ser vistos em todo o Brasil, tanto em campeonatos nacionais, quanto regionais. Paralelo a isso, em competições - normalmente - regionais, os motores 125cc refrigerados a água com partida elétrica ganharam muitos adeptos. Mas, afinal, a pilotagem muda muito em relação a um motor e outro?

A expressão "travou" deixou de ser tão escutada nos kartódromos brasileiros desde a última temporada, quando houve uma invasão dos motores 125cc, refrigerados a água no território nacional. A mudança, que demorou em chegar ao Brasil, teve a velocidade inversamente proporcional no quesito popularização. Em pouco mais de um ano, os novos motores já eram vistos em quase todos os kartódromos do Brasil. No kartismo profissional, os motores de todas as categorias, menos Mirim e Cadete, que utilizam motores de 4 tempos, foram trocados pelos refrigerados a água. As categorias menores, como Júnior e Júnior Menor já utilizavam motores nacionais com o novo sistema de refrigeração nos anos anteriores. Em 2009, somente a categoria Sênior B se manteve com os motores a ar, mas a situação foi normalizada nesta temporada, fazendo com que os motores a ar fossem devidamente aposentados.

No Brasil, alguns campeonatos de interior ainda utilizam motores refrigerados a ar. Essa transição ocorreu devido ao baixo valor que esses propulsores alcançaram após a chegada dos motores a água. "Travadores", os motores a ar tinham um alto custo de manutenção, porém davam ao piloto uma sensação diferente dos motores atuais. "Os motores a ar eram mais brutos, mais fortes. A pilotagem era mais agressiva. Hoje, com os motores a água, a pilotagem é mais cadenciada, limpa", disse André Pedralli, campeão Brasileiro de kart em 2009. "É uma diferença sensível. Gosto de andar com os dois", completou o piloto.

Em relação ao custo, a vinda dos motores a água foi muito comemorada pelos pilotos. "É um motor que quebra menos. É possível treinar muito tempo com ele sem ter que trocar as peças. Isso é ótimo, pois diminui o custo de manutenção", opina Pedralli.

A RBC Preparações, que fornece motores para diversos campeonatos no Brasil em sistema de sorteio, tem – entre modelos MY 2010 e MRA1 – cerca de 250 motores. E segundo a empresa mineira, a redução de custo em relação aos motores a ar foi de 48% em peças e 30% em mão de obra.

Com a popularização dos motores a água, um novo mercado foi criado: o de motores a água com partida elétrica. Utilizados, muitas vezes, por pilotos e em campeonatos regionais, os motores com partida elétrica são uma alternativa para os pilotos amadores que querem ter a sensação próxima de estar pilotando os motores do kartismo profissional. A marca italiana Parilla, por exemplo, trouxe ao brasil os motores MY sem (utilizados pelas categorias nacionais) e com partida elétrica. "É um motor muito procurado por pilotos que estão saindo do 13hp e querem continuar com a comodidade de poder ligar o kart sozinho", diz um lojista.

Apesar de serem muito procurados por amadores, os motores com partida elétrica são extremamente competitivos. Os karts do Desafio Internacional das Estrelas, por exemplo, são equipados com motores com partida elétrica. Normalmente, 1 segundo mais lentos do que os motores sem partida, os propulsores contam com algumas particularidades de pilotagem. "É uma diferença sensível na freada e retomada. Não pode frear bruscamente, pois corre o risco do motor apagar. Na retomada, é importante ser mais sensível e ir acelerando gradativamente", explica Pedralli, que já utilizou os três motores em questão.

Em Florianópolis, os motores Parilla com partida elétrica são utilizados na categoria Fórmula TAG, que faz sua primeira temporada. O preparador José Nascimento, organizador e idealizador da categoria, acredita que os motores com partida elétrica são ótimos e fazem com que a competição tenha uma diversidade de pilotos muito grande. "Temos pilotos muito experientes na categoria disputando posições com pilotos que estão iniciando no kart. É um motor próprio para kart, nivelados que não exige uma pilotagem agressiva. Com isso, pilotos que, muitas vezes, ficavam inibidos de participar, estão aderindo à categoria. Isso é ótimo para o esporte", finaliza Nascimento.

O kartismo é um esporte saudável, onde a competitividade está ligada, diretamente, à saúde financeira de seus participantes, além, é claro, do talento de cada piloto. Categorias niveladas e equipamentos com custos de compra e manutenção coerentes são ingredientes certos para se ter corridas e campeonatos cada vez mais fortes, com grids cada vez mais cheios.

  • 08/09/2011 10:45 Flávio Quick - Jornalista E Fotógrafo

    Erno e Barone, parabéns pela matéria.
    Bem redigida e um assunto que chama a atenção.
    Abraços,

  • 08/09/2011 11:22 Marcos Decezaris

    Vale dizer sobre a bem bolada reportage aos que ainda tem os 125cc Parilla AR que existe como aproveita parte desse motor fazendo a conversão pra motor AGUA (raptor) via kit da PPK (com preço acesivel) turma !

  • 12/09/2011 16:10 Rui

    Gostei sim da materia porem houve um grande equivoco de quem escreveu sobre a materia existe sim outro tipo de motor refrigerado a agua o motores da marca KTT fabrica de itu,sera que foi esquecimento mesmo,abraços