As condições climáticas adversas e a altitude de quase 3 mil
metros acima do nível do mar marcaram a participação de Dudu Salamonde (EXA
Tecnologia / Vero Coco / DKR / RL Eng. Design / Casa Barô / SOMA Blindados /
Equipe: TR3 Racing - Walter Travaglini) no Campeonato Sul-Americano Rotax,
disputado neste fim de semana no Equador.
O piloto paulista, pentacampeão da Copa São Paulo KGV e
atual campeão Brasileiro Rotax na Júnior Max, retornou ao Brasil com um Top 8
consistente após uma sequência de provas de muita entrega e leitura de corrida.
Representando o Brasil pela terceira vez na competição
continental — depois de correr no Peru em 2023 e no Chile em 2024 –, Salamonde
encarou um dos desafios mais duros da temporada, em um grid com outros 23
pilotos de 8 países. A altitude de 2.930 metros interferiu diretamente no
desempenho dos motores, exigindo ajustes constantes e precisão absoluta no
acerto do equipamento.
“Quanto maior a altitude, menor é a densidade do ar. Por
isso entra menos oxigênio na mistura de ar e combustível que o motor usa para
gerar potência”, explicou Dudu, mostrando entendimento e maturidade diante
das dificuldades.
Antes da tomada de tempo, um forte temporal atingiu o
traçado, atrasando a entrada das categorias na pista. Quando o circuito foi
liberado, Salamonde garantiu a segunda fila do grid, na quarta colocação.
Na primeira bateria classificatória, o paulista marcava
giros cerca de quatro décimos por volta abaixo daqueles que estavam mais
rápidos. No entanto, demonstrou estratégia e segurança para completar as oito
voltas na 8ª posição. Ainda na sexta-feira (24), já na segunda classificatória,
conseguiu melhorar seu desempenho e cruzou a linha de chegada em 5º, mesmo
ainda encarando as limitações de potência.
A terceira corrida classificatória novamente rendeu um 8º
lugar para o representante brasileiro, resultado que o colocou na terceira fila
para a pré-final de sábado (25). Na prova de 11 voltas, Dudu manteve constância
e fechou mais uma vez em 8º, seguindo vivo na disputa pelo título de sua
categoria.
Momentos antes da bateria final, outro temporal atingiu o
Kartódromo de Cotopaxi, deixando a pista ainda mais desafiadora. Em uma corrida
que exigiu paciência, capacidade de adaptação e muito controle, Salamonde
recebeu a bandeirada na 8ª posição, garantindo seu lugar entre os principais
nomes da Júnior Max no continente.
“Foi um Sul-Americano muito positivo, mesmo tendo muita
dificuldade de potência. Fizemos nosso melhor e o 8º foi o máximo que consegui.
Seguimos com foco nos nossos objetivos na temporada”, afirmou o piloto
paulista.
Dudu já está de volta ao Brasil para defender seu título no
Campeonato Brasileiro Rotax, que chega à sua 9ª edição esta semana no
Kartódromo Granja Viana.
Na sequência, o piloto embarca para o Bahrein, onde
representará novamente a bandeira brasileira no Rotax Grand Finals — o Mundial
da categoria — entre os dias 29 de novembro e 6 de dezembro, no Bahrein.
