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12/04/2006 12:29

A felicidade de competir no Paulista de Biland, por Carlos Braz

Autor: Carlos Braz


Não podemos deixar de concordar que o kartismo brasileiro sofre com a falta de grids cheios. O que devemos fazer para retornar a situação de grid's cheios? Será que os custos estão muito altos? O enorme número de categorias contribui para pulverizar os grid's? Será que muita burocracia contribui para esvaziar os grid's? Na verdade os entendidos relatam sobre “n” variáveis, só falta colocar a culpa nos astros.

 

Aqui tento relatar o sucesso de uma categoria que foi implantada no maior campeonato regional do país. Quem diria que um dia o famoso Campeonato Paulista receberia uma categoria de motores sorteados e, para alegria de todos, acabaria sendo o maior grid do campeonato. O sucesso é muito simples: regras claras, tempo de treino igual para todos e custos baixos, porque são divididos por uma dupla de pilotos. Outra característica, que é muito importante, é a transparência da equipe Biland. O tratamento igual para todos os pilotos, os kit's de competição com desempenho com pouca diferença e a marca principal, a cordialidade. Não posso deixar de relatar a competência do departamento de kart da Federação Paulista e muito mais a forma gentil com que fui tratado pelo clube que organizou a 3a etapa do Paulista. Em suma, todos esses fatores contribuem  para que a Biland seja um sucesso total. Imaginem 23 pilotos na Biland Graduado e 20 pilotos na Biland Sênior, isso mesmo 43 pilotos participantes, acho que não preciso falar mais nada.

 

Confesso que o dia 8 de abril foi marcante. Lembro que na quarta-feira, dia 5, carregávamos a pick-up com os equipamentos para competição. Chegada em Sampa na madrugada de quinta-feira, ao amanhecer chegada a um dos templos do kartismo brasileiro, Kartódromo de Interlagos. Para nossa surpresa, um dos traçados mais técnicos foi escolhido, o que fez pilotos e equipes suarem a camisa. Primeira tristeza: nada de treino, fazer o que? Só restou babar, vendo os pilotos de outras categorias treinarem. No final do dia outra aventura: arrumar um hotel, nossa que aventura!! Enfim conseguimos...

 

Na sexta-feira a emoção era total. Às 7:30 já estávamos na pista, fomos os primeiros a fazer a inscrição. Bom, treino só às 12:00hs, fazer o que? Finalmente chegou a hora de ligar o motor, o ronco do motor é lindo. Parece uma Honda 400, é indescritível, quase levei o motor pra casa. Entramos na pista e como não seria diferente, deu pra saber pra onde virava a pista...Confesso que o reconhecimento de pista foi trágico. Término do treino, vamos acertar o equipamento e de repente nossa amiga chuva deu o ar da graça, PUTZZZ!!! Como kartista sofre!!! Enfim, o segundo treino, embaixo de chuva. Deus sempre olha pra todos, e nosso preparador Roger nos presenteou com um acerto de chassis maravilhoso. E nós pilotos recompensamos com os melhores tempos da pista. Rennan entrou primeiro e, meu Deus, foi um sucesso. Parecia que andava no seco, meu irmão tava andando muito, passando todos com uma facilidade incrível e logo conseguiu o terceiro tempo da pista. Bom, chegou minha vez, e não podia fazer feio. Parecia que eu andava no seco, o chassis na mão, chegando em cima dos outros pilotos com facilidade, logo o 4o tempo da pista. Os heróis cariocas se firmaram. Que venha a competição!!!

 

Para nossa surpresa, dia lindo e com sol, logo pista seca. Pista seca, sinal de borracha, Roger mais uma vez se superou, sem muito tempo, acertou o kart e falou: ...Braz, Rennan fiz o que pude, agora é com vocês... Rennan na tomada de tempo não se saiu bem, ficando em último. Mas esperem: nosso amigo Rennan foi confiante para a primeira bateria, lembrando que ele correu com os Graduados, idade média de 18 anos, Rennan tem 38 aninhos. Nosso amigo deu um show de pilotagem, que foi interrompido por um acidente que o tirou da prova, logo quando disputava a décima posição. Bom chegou a minha vez, o nervoso era grande, pois a tempo não corria em um grid tão cheio. Confesso que o ronco do motor é lindo, nossa a disputa já começa nas voltas de apresentação. Sinal verde, o pega começa, começo a sentir que meu desempenho está bom, mas, infelizmente, na disputa pela décima segunda posição, outro acidente e acabei rodando. Para meu azar o kart não pegava e tive que receber ajuda da equipe da Biland. Ainda não acabou, apesar de levar uma volta dos líderes, fiquei entre eles andando na mesma balada, em alguns momentos empurrando os líderes e o resultado não poderia ser melhor: uma pequena diferença do líder e um décimo terceiro lugar, após ter largado em último, em um grid de vinte pilotos.

 

Esse simples relato revela a emoção em participar da Biland, que faz pilotos de outros estados aderirem à categoria, que é um sucesso. O retorno dos grid's cheios é o resultado de várias combinações: custo baixo, regras claras, categoria unificada e principalmente respeito aos pilotos. Não poderia deixar de destacar a divulgação através dos sites Velocidade Total e Kart Gaúcho que contribuem em muito para o sucesso do kartismo brasileiro.
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