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28/02/2011 15:41

Talento de Giuliano Raucci foi apresentado aos europeus na abertura do WSK

Autor: Planet Kart Marketing Esportivo - Claudio Reis


Foto: Press Net Images

Giuliano Raucci


Oitenta e cinco pilotos, representando trinta e sete países diferentes e os melhores karts e motores disponíveis no planeta, com a mais moderna tecnologia e os melhores profissionais trabalhando para as equipes oficiais de fábrica, ou satélites com apoio dos fabricantes. Decerto um panorama altamente competitivo que representa bem a importância no cenário do kartismo internacional do que foram nesta semana as provas da categoria Mini, na etapa de abertura em La Conca (Itália), do fantástico WSK Master Series, o certame de maior prestígio internacional.

E é nesse ambiente altamente competitivo de disputa de altíssimo nível entre os melhores do planeta, como se fosse uma Copa do Mundo de Futebol mixada com o ambiente da F1, que aportou um ilustre desconhecido para o mundo do karting europeu, o kartista paulista Giuliano Raucci (Refrigerantes Dolly/ Energy Corse).

Com doze anos de idade recém completados, Giuliano que compete no Brasil na categoria Junior Menor, ainda não tem idade suficiente para ingressar na classe KF3. A classe definida pelos critérios europeus foi a 60 Mini. A equipe, o team de fábrica Energy Corse, uma das mais importantes do cenário internacional.

Reconhecido no Brasil como um dos mais talentosos pilotos de sua geração e também na Ásia, após sua ótima participação no Red White Sangari International Grand Prix - em 2010 –, quando foi vice-campeão da categoria Rotax MicroMax no certame, era vez de fazer o percurso inverso de seus ancestrais e “fazer” a Europa.

Uma semana, sem duvida alguma, de muito aprendizado, afinal Giuliano Raucci teria de aprender rapidamente o sistema de trabalho das equipes européias em grandes competições, utilizando um chassi desconhecido e diferente do que está habituado, com um motor de reações e desempenho diferente dos utilizados no Brasil e compostos de pneus que desconhecia as reações. Somando-se a isso, ainda teria de aprender os segredos do circuito de La Conca e adaptar-se ao frio clima europeu.

Mas desde o primeiro treino livre da semana, Raucci conseguiu mostrar na pista um bom desempenho. Seu talento natural, as preciosas orientações de seu coach, Renato Russo e o competente trabalho da Energy Corse, surtiam efeito.

Na tomada de tempos classificatórios, que definiria a posição no grid nas quatro provas qualificatórias um elemento a mais de dificuldade: chovia em Muro Leccese (Lecce), região em que estavam situados os 1.250 metros do Circuito La Conca. Giuliano teria de descobrir o desempenho dos pneus de chuva, o grip da pista e o melhor traçado com a pista molhada, durante as poucas voltas do treinamento de classificação. Mesmo assim, ficou com o 27º tempo entre os 85 participantes, o que determinava a décima segunda posição na grelha de partida nas quatro corridas qualificatórias.

Foi sétimo na primeira qualyfying heat, décimo segundo na segunda, quarto na terceira e terceiro na ultima qualificatória, já lutando direto pela vitória. De resultado, a sétima posição na tabela de classificação e a quarta colocação no grid da Pré-Final A.

Assim, na Pré-Final A, Giuliano Raucci largou na segunda fila do grid de 34 micromonopostos, preenchendo a quarta posição do partidor.  Uma de suas características que mais surpreendeu os europeus (e os adversários) foi sua capacidade de sempre largar bem, conquistando posições.

Autorizada a partida, Giuliano pulou para a terceira posição, buscando pressionar o segundo colocado. A chuva tinha ido embora e com a pista seca o ritmo dos ponteiros era avassalador, mesmo para uma prova de apenas oito voltas e qualquer erro seria fatal para as pretensões de vitória. Uma das curvas de La Conca havia se tornado o “Calvário” de muita gente, já que era comum ver-se alguém freando um pouco depois e passando reto na dificultosa curva. Com a prova chegando em seu final, o “Dollynho” – como é conhecido nas pistas o piloto paulista – forçou um pouco a mais, tentando assumir a segunda posição, mas acabou errando na freada e perdendo o ponto de tangência. Para não passar reto, Raucci abriu mais o traçado, sendo ultrapassado por dois concorrentes de uma vez.

As chances de vitória haviam sumido com o pequeno erro, mas com o quinto posto na Pré-Final estava garantida a participação do piloto da Energy Corse na prova decisiva da rodada.

Na bateria final Raucci alinhou em décimo, na quinta fila e ao lado do russo Ilya Kulemetyev. A pole position da final ficou com o também russo Alexander Vartanyan. Sua expectativa era de fazer novamente uma boa largada, mas na aproximação da primeira curva um kart rodou à sua frente. Raucci conseguiu desviar, evitando a batida, mas perdeu posições, caindo para o décimo quarto posto. Preso atrás de um grupo de karts que andava em ritmo próximo ao dos ponteiros, não havia como ultrapassar.

Na pista, a vitória ficou com o piloto russo Alexander Vartanyan, da Tony Kart, que acabou recendo dez segundos de acréscimo ao tempo total de prova, por queima de largada. Com isso a vitória da etapa ficou com o britânico da Birel, Billy Monger.

A penalização também beneficiou Giuliano Raucci, já que com o acréscimo de tempo o russo ficou imediatamente atrás de Raucci, que subiu também mais uma posição, também em razão de outra penalização, esta ao italiano Lorenzo Travisanutto. O saldo final foi a décima segunda colocação final na prova e na etapa.

Nada mal para um “ilustre desconhecido” do kartismo europeu a décima segunda colocação final de Giuliano Raucci (Refrigerantes Dolly/ Energy Corse). Tudo dentro dos objetivos traçados e, melhor, acendendo as luzes de alerta dos concorrentes e chefes das equipes mais tradicionais do planeta, para o fato de que o Brasil continua – mesmo com pequena representação – sendo um inesgotável celeiro de talentos.

“Tentei fazer uma boa largada e colar nos ponteiros, para poder brigar pelas primeiras posições. Meu kart estava muito bom e acho que dava para fazer uma boa corrida, mas na largada um kart rodou na minha frente e fui obrigado a desviar. Com isso perdi várias posições e acabei preso em um pelotão que não me permitiu ir mais para frente. Gostei muito de tudo, mas acho que fiquei um pouco decepcionado com a posição final e por não ter podido brigar lá na frente”, detalhou Giuliano Raucci, com excessiva autocrítica. Afinal ser décimo segundo em uma estréia em um certame com nível de campeonato mundial em que teve que se adaptar rapidamente a um chassis desconhecido, motor desconhecido, pneus desconhecidos, pista desconhecida, clima diferente e pilotos de altíssimo nível é tarefa para poucos. Para bem poucos!

“Nosso objetivo para esta etapa de estréia no WSK era de aprender o máximo possível. Embora confiantes, sabíamos que em meio a 85 dos melhores pilotos do mundo na categoria, chegar na Final era uma tarefa difícil, mas não impossível”, esclareceu o experiente piloto e pai do jovem kartista paulista, Rogério Raucci. “Foram cumpridos ambos os objetivos e de uma forma consistente, com bons desempenhos e resultados, o que acabou chamando a atenção no meio de tanta gente de talento, pois eram muitos que queriam saber mais sobre o Giuliano, perguntando a quanto tempo andava de kart, de que corria no Brasil e tudo mais. O melhor foi que a extrema dedicação da equipe Energy Corse era correspondida na pista com reais chances de vitória. Ser 12º em meio a um grid desse tamanho e qualidade é algo para ser muito comemorado”, concluiu Raucci Sr.

A próxima etapa do WSK Master Series será no dia 27 março, em Castelletto di Branduzzo (PV), na Itália.

  • 28/02/2011 18:38 Rogério Bortoncello

    Parabéns garoto, você mandou muito bem!!!

  • 01/03/2011 05:42 Luiz Caipira E Raul Rocha

    GIULIANO ESTAMOS TORCENDO POR VOCÊ ,PARABENS ,GUERREIRO ABRAÇOS DOS AMIGOS CAIPIRA E RAUL ROCHA,DEUS ESTÁ COM VOCÊ ,SIGA SUA ESTRELA NÃO DESISTA DEUS O CONFORTARÁ,MUITO OBRIGADO,FAMILIA RAUCCI.

  • 01/03/2011 12:19 Ivan Esparrell

    Parabéns Giuli, continue assim, guerreiro, determinado e alegre. Sei muito bem o quanto é dificil competir, lidar com a pressão e ter que muitas vezes aceitar alguma derrota ou resultado abaixo do que o esperado. Por todos esses motivos o único conselho que posso dar é nunca se esqueça de que você é bom e gosta do que faz, não deixe de se divertir ao competir.
    Mais uma vez parabéns, que você tenha mais e mais resultados positivos como esse, sempre curtindo correr.
    Grande abraço do seu amigo, Ivan.

  • 04/03/2011 09:21 Jayme Barbarisi

    Este projeto chamado GR tem tudo para dar certo. Decisão acertada de buscar um kartismo sério e levado à sério.
    A formação de pilotos por lá , não passa pelos caminhos estranhos que o kart no Brasil está seguindo.
    Enquanto insistirmos em administrar o kart do Brasil com uma visão caipira ( no bom sentido). Vamos perder os nossos pilotos para campeonatos no estrangeiro.