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05/09/2017 12:59

O alegre choro de esperança do campeão Victor Franzoni, por Américo Teixeira Júnior

Autor: Portal Kart Motor | Erno Drehmer - com Américo Teixeira Júnior


Foto: Pro Mazda

O texto não é meu, mas bem que eu gostaria de tê-lo escrito. Quem o escreveu foi o genial jornalista Américo Teixeira Júnior, do site Diário Motorsport. E ele trata da conquista de um guerreiro, Victor Franzoni, piloto que sempre competiu com poucos recursos e com o esforço monumental de sua maravilhosa família.

Victor Franzoni, no último domingo, foi campeão da Pro Mazda nos Estados Unidos, o que lhe garantiu a passagem para a Indy Lights em 2018. Como quase todos nós, que amamos o kartismo, conheço este piloto e sua família desde os tempos da Cadete. Para disputar esta temporada no automobilismo norte-americano ele trabalhou como mecânico em sua equipe, como coach de pilotos e também como mecânico de Sérgio Perez no último SKUSA. E agora, de forma muito merecida, dará sequência à sua carreira.

Bem, leiam o texto.

Victor Franzoni chorou ontem, em Watkins Glen. Não foi, propriamente, um choro pontual pela vitória na 12ª e última etapa da Pro Mazda, afinal, ele fechou o ano vencendo nada menos do que sete corridas do calendário. A vasta carreira no automobilismo internacional, iniciada em 2011 e redirecionada da Europa para os Estados Unidos a partir de 2014, confere a ele muita bagagem. Talvez exatamente por isso não fosse de choro a reação pelo título da categoria, confirmado com a conquista. Mas motivos não faltaram – alguns até bem longe dali -, pois as lágrimas que molharam seu rosto tinham a marca da esperança.

É que o prêmio de US$ 600 mil, destinado ao campeão da Pro Mazda, permitirá que ele participe em 2018 da Indy Lights, último dos três degraus do Road to Indy, que parte da USF2000. É uma realidade praticamente inédita para ele, pois se hoje sabe o que fará no ano que vem, até recentemente não sabia sequer se estaria na próxima corrida. Mas é quando o abismo teima em se abrir diante de seus pés, com riscos iminentes à carreira, que entre em cena a personalidade do piloto, que faz a diferença nas pistas, mas principalmente fora delas.

Sempre sorridente e esbanjando otimismo, parece nunca ter dado muita bola para as pedras do caminho. Pelo contrário, voltar para a casa dos pais e chorar no colo da mãe nunca foi opção. E foi de tanto dar o melhor de si para pilotar, envolver-se na parte técnica para ser mais do que simplesmente o cara que senta e acelera, trabalhar no kart para se sustentar e “ser pau pra toda” obra nas equipes, que foi avançando e atraindo fãs.

É certo que continuará dirigindo por longas distâncias para não gastar com aviões, manterá a rotineira fuga dos restaurantes mais caros e não deixará de lado o hábito de usar suas coisas até gastar. Só permanecerá esbanjando nas horas dedicadas às diversas atividades que tem para reunir uma receita minimamente condizente com suas necessidades básicas, além de se esmerar a cada volta como se fosse a última.

No domingo, disse que o importante não era o prêmio em dinheiro em si, mas a esperança que representava. E já tratou de sentar no carro da Indy Lights pertencente a Ricardo Juncos, um argentino que também removeu montanhas e, ao criar a Juncos Racing nos Estados Unidos em 2003, tem em 2017 um ano de ouro, pois além dos títulos de Victor Franzoni na Pro Mazda e do norte-americano Kyle Kaiser na Indy Lights, estreou na Indy 500.

De fato, há muito o que comemorar e chorar de alegria e se orgulhar. Nunca a perdeu e só faz reavivar a esperança, aquela mesma que nunca se apaga em sua mente e no coração, mesmo que tantas vezes baqueada.

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